O garoto segurava firme a mão do pai enquanto desciam pela garganta da caverna. A entrada mal se distinguia na encosta rochosa, coberta por musgos e raízes, como uma boca que preferia ficar fechada. O pai sorria, com aquele brilho nos olhos de quem conhecia um segredo.
— Não tenha medo, Tomás — disse ele. — Lá dentro tem só silêncio e pedra. É um lugar seguro.
A lanterna emitia uma bruxuleante luz amarelo-quente. A caverna parecia respirar em silêncio. A cada passo, a escuridão os engolia mais.